> M: Em tudo existe uma história... um aprendizado.
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Em tudo existe uma história... um aprendizado.

Texto: Joaquim Martini

Estive dando um passeio pelo belo Blog da amiga Carla. Quando me deparei com um artigo sobre a BC Patoral Inocencce. Dei um pulo num breve passado, e caí em risos quando me afluíram na mente fatos que tenho até vergonha em dizer, mas foi meus primeiros passos orquidófilos.
Começou mais ou menos assim:

- Joaquim, você precisa de um descanso e uma coisa que tome suas horas vagas, você está estressado, que tal caminhada, pescarias, palavras cruzadas e tal.....disse meu médico! Escolhi as caminhadas e já se vão treze anos de estrada, e olha fez bem de verdade, aliás, caminho até hoje.

Certo dia entrei em uma livraria, para comprar minhas revistinhas favoritas que são hist0´rias do Mickey e Pateta. Algo no fim do stand me chamou a atenção. Era uma revista sobre orquídeas e estampava na capa uma flor marrom, acobreada. Achei estranha tal nome, uma flor tão bonita com um nome nada sugestivo “Tenebrosa”.

Virando as páginas, vi um artigo que dizia do controle do stress no cultivo da planta. Para quem vivia de mal com a vida, vi uma boa oportunidade de sanar ou melhorar o ego hahhh.

Depois de alguns depoimentos de pessoas que se deram bem com essa pratica, entrei de cara no projeto. Novas revistas vieram e acumulei algumas informações meio que vagas. Sombrite, meia sombra, 50% laelias, cattleyas, encyclias e um nome que não consigo falar até hoje, uma tal de
Warecvtxz@#$%¨sei lá, parece polonês!

Como trabalhava na rua de bicicleta, tornou-se um hábito olhar para as varandas das casas na procura de alguma planta ou uma caridosa muda.

Depois de tanto olhar pelas casas, reparei que quase todo mundo tinha a mesma planta. Era em tocos, vasos, paus, chaleira velha, no jardim ..enfim em todo lugar tinha dela. Perguntei o nome para varias pessoas de como chamava aquilo.” - uns dizem ser zóio de buneca” e assim por diante. Cheguei a uma conclusão: tinha muita gente estressada kikikki!

Certo dia, em minhas buscas pelos lares alheios tive uma grande surpresa. Algo branco e grande cintilava com o sol em meios as ramadas de umas trepadeiras. De um toco de uma arvore seca, ainda enraizada no jardim bem na ponta, uma moita do tamanho de um pneu de fusca, três flores brancas, enormes e lindas.

Parei, bati palmas.....o lugar era “tenebroso”, cheio de imagens de santos e demônios vermelhos, cheiro de incenso enchia o ar. Segui sem medo. Logo o morador apareceu e sem delongas, dei logo o motivo da visita. – O Sr. Vende? – Vendo sim, tem outra no meio da trepadeira!! Tinha mesmo, um vaso com uma planta parecendo capim e cheia de flores em cacho. Ele me deu o preço e sem pestanejar, tirei do bolso 50,00 galas rsrsr, a vontade era maior do que a razão.

Trepei em uma velha escada e fui tirar a touceira ou moita, o tempo estava seco e a touceira nem se mexia. Ainda não sabia que molhar, amolece as raízes kakakk. Sem conseguir desgrudar aquilo, peguei uma faca e fui cortando uns negócios gordinhos com uma folha na ponta que fiquei conhecendo como pseudobulbos. Tomei todos os cuidados para não ferir a flor e cortei bem longe dela e foi justamente esse pedaço que vingou, os restantes pelo estrago que fiz, morreram todos, sei q deu cerca de 20 0u mais vasos. Segui para casa todo feliz com a raridade embaixo dos braços.

Embaixo de três bananeiras, fiz o meu cantinho e a arrancada para um protótipo de orquidário. Da flor branca e uns zóios de bunecas, a coisa foi crescendo e já tinha sapatinho, chuva de ouro, uma rosa com beiço roxo, outra creme com amarela, amarela com vermelho hahahh.

Comecei a planejar meu canto com sucatas de todo tipo e estava fazendo o teto com bambu, quando minha esposa disse-venha ver, um avião bateu em um prédio nos EUA! Não liguei muito, mas outro avião me fez descer da escada e ver as cenas apocalípticas do 11 de setembro. Essa foi a data que escolhi para meu canto.

Depois de um ano, já mais por dentro do assunto, vi que a flor branca ia abrir de novo, pois tinha um grande ‘canivete’ já mostrando uns botões que caminhavam para a liberdade. Segui-os até que saíram e estufavam com o passar dos dias. A tão esperada flor, logo botou a carinha de fora e para meu espanto não era branca, era de um verde bem fraco, até que o branco igual das nuvens e em seu “beiço” uma leve pincelada como se uma mosca tivesse descansando ali. Essa manchinha que dava a ID da minha fantástica orquídeas.

Um Sr. disse..é a famosa BC Pastoral Inocence”. Nossa!!! Bati fotos com uma maquina comum, mandei revelar e sai para todo lado mostrando minha flor. Uma Sra. Que também cultivava, ficou boquiaberta com a beleza dela.

Tinha ainda uns quinze dias para curtir minha primeira flor mas no terceiro dia para e meu espanto, murchou! Ainda não sabia que dentro dela bem escondida, uma doença estava corroendo-a.

Já conhecia fungicidas, adubos 10-10-10 ou quaquer formula e pragas mas aquela não era uma doença comum. Seus brotos não evoluíam, soltavam nas mãos, derretia entre os dedos. Alguns venciam a doença e iam em frente. Não pude curá-la e com medo da contaminação, fiz um caixeta de paus do mato e dei pra minha mana que a mantém sem nenhum cuidado e florindo, não com a beleza de uma Bc mas como um lamento entre a morte e a vontade de viver.

O contraste das pétalas brancas sem a mosquinha roxa com suas folhas horríveis me leva a viajar no tempo. No alto de um toco seco em uma enorme touceira, para um canto solitário, onde uma chuva casual lhe refresque e uma brisa a balouce, para mostrar para quem quiser vê-la ou tome conhecimento dela, até que um dia com toda força que lhe foi outorgada, ela se revele e mostre para todos que é capaz de ser linda e nobre. Ainda doente e se definhando, ela estampa o branco da paz e o símbolo da inocência todo ano e me diz que vale a pena viver.


Esse é meu encontro com as orquídeas, acredito que como todos que tentam se enveredar por caminhos novos, se deparam com dificuldade como ou pior que essas.

Fiz estes trechos, com simplicidade de um caipira, com um coração suburbano mas com alma limpa. Essa planta que me iniciou no campo amador da orquidofilia, também me iniciou no campo virtual das amizades, coisas que um interiorano muitas vezes não tem a chance que tive, de conhecer milhares de amigos que são tão importantes como os da minha meninice.

Se tiver alguns erros, embora o linguajar foi proposital peço entendimento e compreensão, pois sou um orquidofilo amador e não um escritor.

Abçs a todos e a Carlinha meus sinceros votos de muitas flores,


abçs Amigona rsrsrr.
J.martini - Candido Mota - SP

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